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Letra de música inédita de Gonzaguinha, para Maria Bethânia, vem à tona após 41 anos

Documento com versos da composição 'Meu santo' faz supor existência de desconhecida gravação de 1980.

Gonazaguinha
Gonzaguinha tem revelada a letra de ‘Meu santo’, música desconhecida que teria dado para Maria Bethânia — Foto: Arte de Elifas Andreato

]♪ Em 1980, o cantor e compositor carioca Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (22 de setembro de 1945 – 29 de abril de 1991), o Gonzaguinha, vivia o auge do sucesso artístico e comercial. Gravado pelas principais cantoras da MPB, Gonzaguinha emplacava sucessivos hits, sobretudo em vozes femininas.

A produção autoral do compositor era tão intensa que músicas inéditas podem ter sido esquecidas e/ou perdidas naquela época. É que o sugere a letra de Meu santo, música até então desconhecida de Gonzaguinha.

Escrita em tons fortemente sensuais, tendência da MPB a partir de 1979, a acalorada letra de Meu santo veio à tona após 41 anos na quarta-feira, 24 de março, em publicação do pesquisador musical Rodrigo Nogueira em rede social. Pela alternância de gêneros nos versos das duas estrofes iniciais, a letra indica que a música seria – ou pelo menos deveria ser – gravada em dueto.

Escondido no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN), o documento com a letra de Meu santo traz a marca da gravadora PolyGram (1962 – 1999) e associa a composição à cantora Maria Bethânia, intérprete decisiva para a explosão da obra de Gonzaguinha com gravações de músicas como Começaria tudo outra vez (bolero lançado pelo autor em 1976 e regravado por Bethânia em 1977 para o álbum Pássaro da manhã) e, sobretudo, Explode coração (um dos grandes sucessos do álbum Álibi, de 1978).

Documento com a letra da música 'Meu santo', de Gonzaguinha — Foto: Reprodução

Documento com a letra da música ‘Meu santo’, de Gonzaguinha — Foto: Reprodução

Pela data da aprovação da música pela censura federal, 27 de outubro de 1980, o documento faz supor que Bethânia tinha selecionado Meu santo para o álbum Talismã, gravado pela cantora na mesma época e lançado pela gravadora Philips / PolyGram em dezembro daquele ano de 1980.

Pode ser que a liberação da censura tenha chegado tarde demais para a música ser gravada em Talismã, álbum no qual Bethânia apresentou outra música de Gonzaguinha, Mergulho, sem a repercussão das composições anteriores do autor de Grito de alerta (1979), grande sucesso do álbum anterior da intérprete, Mel (1979).

Mas o fato é que Meu santo nunca apareceu em discos de Gonzaguinha ou de qualquer outro artista. Se a gravação de Meu santo foi efetivamente feita por Bethânia (hipótese menos provável), tendo sido limada da seleção final do álbum Talismã, a relíquia fonográfica pode estar escondida nos arquivos da Universal Music, gravadora que comprou o acervo da PolyGram em 1999.

Mesmo se existir e vier a ser descoberta, a gravação somente poderia ser editada com a aprovação de Maria Bethânia, cantora de postura habitualmente refratária a lançamentos de material inédito de arquivo.

Pelo que se sabe até então, a única sobra do álbum Talismã seria a regravação de Caixa postal zero zero (Luís de França e Oscar Bellandi, 1952), samba-canção lançado por Elizeth Cardoso (1920 – 1990).

G1

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